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Boto encontrado morto em Tramandaí não pertence ao grupo que habita a barra

Publicado por Papo Reto News em

O Projeto Botos da Barra informou neste sábado passado, 21 de Janeiro que o indivíduo de boto-de-Lahille (Tursiops gephyreus), que apareceu sem vida em Tramandaí, no dia 18 de janeiro de 2023, não faz parte do grupo de botos residentes da Barra do rio Tramandaí.

O boto-de-Lahille é uma espécie que habita águas costeiras próximas à zona de arrebentação, baías costeiras e águas adjacentes de estuários e lagoas costeiras nos estados do Sul do Brasil, no Uruguai e em parte da Argentina e é conhecida pela sua interação com pescadores de tarrafa. Sua categorização como uma espécie ameaçada de extinção é justificada pela existência de poucos indivíduos, que têm uma distribuição restrita e muito próxima das regiões costeiras, sofrendo com a pressão das atividades humanas.

Os botos residentes no canal do estuário são monitorados sistematicamente pelo Projeto Botos da Barra há 10 anos contando com o conhecimento tradicional dos pescadores de tarrafa.

Ao longo desse período e através da técnica de foto identificação com auxílio dos pescadores, foi construído um catálogo de indivíduos que permitiu que a comparação fosse realizada junto ao nosso banco de dados. Os pescadores artesanais de tarrafa profissionais, que pescam cooperativamente com os botos no canal do estuário e que integram o Projeto Botos da Barra, também identificam que o indivíduo em questão não faz parte do grupo de botos residentes.

O indivíduo era um macho sub-adulto de 2,92 metros de comprimento (os adultos chegam a medir até 3,85 metros), e a causa da morte ainda está sendo avaliada (o laudo deve demora entre 15 e 20 dias). Além de marcas externas no corpo, causadas por interação severa com redes de pesca, o indivíduo também apresentava lesões nos pulmões e o estômago vazio, o que poderia indicar que o animal já estava debilitado. Destacamos, ainda, que as marcas de rede apresentadas pelo animal não foram ocasionadas por redes de tarrafa (apetrecho utilizado na interação da pesca cooperativa na Barra do rio Tramandaí), mas por redes utilizadas no ambiente marinho.

A necropsia foi conduzida pelos profissionais do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (CECLIMAR), o médico veterinário Derek Blaese e a bióloga Janaína Wickert, com participação da bióloga do Projeto Botos da Barra, Elisa Ilha.

As amostras coletadas serão enviadas para análise no setor de Patologia Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para determinar a causa da morte. O esqueleto do animal será tombado na Coleção Científica do Museu de Ciências Naturais  MUCIN/UFRGS.

Fonte, Texto e Foto: Divulgação DaPraia News/Projeto Botos da Barra

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