Fifa pede que seleções “foquem no futebol” em Copa no Catar
Organização do evento é cercada de polêmicas envolvendo direitos humanos

Dirigentes da Fifa pediram às 32 seleções participantes da Copa do Mundo do Catar que “foquem no futebol”, em carta revelada nesta sexta-feira pela Sky News. A organização do evento é cercada de polêmicas envolvendo direitos humanos.
“Vocês carregam em seus ombros as esperanças e sonhos de suas nações e seus habitantes. Então, por favor, vamos nos concentrar no futebol agora”, disseram Gianni Infantino e Fatma Samoura, presidente e secretária-geral da Fifa, respectivamente.
Incomum pelo tom e conteúdo, a carta faz alusão, sem mencioná-las, às posições assumidas por diversas seleções sobre o respeito aos direitos dos trabalhadores e das pessoas LGBTQIA+ no Catar, que também é criticado pelas consequências ambientais do torneio.
“Sabemos que o futebol não vive no vácuo e todos também estamos cientes dos muitos desafios e dificuldades de natureza política no mundo”, reconhecem os dois dirigentes da Fifa. “Mas, por favor, não deixem o futebol ser arrastado para todas as batalhas ideológicas ou políticas”, completaram.
A Fifa não se pronunciou se aprova ou não a iniciativa anunciada por vários capitães de seleções europeias – como Inglaterra, França e Alemanha – de usarem braçadeiras com as cores do arco-íris e a mensagem ‘One Love’, em um país que pune relações homossexuais.
Tampouco respondeu ao vídeo divulgado na semana passada em que 16 membros da equipe australiana criticam a falta de respeito aos direitos humanos e explicam ter “ouvido organizações como a Anistia” Internacional e, “mais importante, trabalhadores estrangeiros no Catar”.
Infantino e Samoura afirmam que a Fifa “tenta respeitar as opiniões e crenças, sem dar lições de moral ao resto do mundo”, garantindo o respeito à “diversidade”.
“Nenhum povo, cultura ou nação é melhor do que a outra. Este princípio é a pedra fundamental do respeito mútuo e da não discriminação. E é também um dos valores fundamentais do futebol”, insistem na carta.
Fonte: Correio do Povo/AFP
Foto: Kirill
0 comentário