Veranistas saíram às pressas, após infestação de insetos na praia de Torres

Uma infestação de insetos sobrevoou a faixa de areia da praia de Torres, no domingo (05/02). As nuvens formadas pelos voadores fizeram com que veranistas saíssem da beira-mar às pressas.
Uma imagem feita pelo guarda-vidas Matheus Menezes flagrou o momento em que centenas dos pequenos insetos pousaram em um cooler que estava na areia, em Torres. Menezes atuava na guarita 18, e conta que a infestação começou por volta das 16h30min e durou cerca de uma hora.
“Depois, o vento mudou e não vimos mais os insetos. Teve uma hora que olhei para um lado da guarita e tinha cinco pessoas se coçando. No outro, quatro. Como eu estava ali em cima, não senti muito. Quem estava dentro da água não sentiu, mas o pessoal da areia saiu dali todos. O pessoal ficou assustado. Alguns moradores comentaram que nunca tinham visto nada assim”, relata Menezes.
Conforme os bombeiros, muitos veranistas relataram coceira e buscaram os chuveiros, no calçadão, para amenizar a irritação na pele. Segundo informações de pessoas que estavam na praia, os insetos surgiram na faixa de areia, entre a metade da praia e a região das dunas, perto do calçadão.
De acordo com o diretor de Vigilância em Saúde de Torres, Lasier França, que também é biólogo, equipes da prefeitura coletaram amostra do inseto e também imagens para verificar de que espécie se trata. O material foi enviado ao Centro de Informação Toxicológica (CIT), do governo do Estado.
O CIT informou na tarde de segunda-feira (06/02) que os insetos não são de interesse toxicológico, ou seja, não apresentam risco à saúde dos veranistas. Mas não apontou a espécie. Nessa terça-feira (07/02), o material será encaminhado para o Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen). A prefeitura de Torres não informou quando devem ficar prontos os resultados dos testes Lacen para identificação da causa da infestação.
“Nós queremos esclarecer se é de fato um inseto e de qual tipo. É muito prematuro neste momento fazer afirmações sobre qual é e sobre o que causou essa infestação. O que nos chama atenção é que isso ocorreu em uma extensão muito grande, vi relatos de que ocorreu em Passo de Torres, em Santa Catarina, e também outras praias. Algumas pessoas afirmam que viram os insetos também em bairros, na região mais urbana”. Diretor de Vigilância em Saúde de Torres descarta que se trate de pulga
Uma das suspeitas é de que se trate de algum inseto que vive em área rural, perto de plantações, e tenha procurado um ambiente mais úmido, na praia, em razão do calor registrado nas últimas semanas no litoral. “É um bicho minúsculo. E quando pegamos na mão ele meio que esfarela”, comenta o biólogo.
Mesmo antes do teste do CIT oferecer resultados, o diretor já descartava que se tratasse de pulga, como afirmam alguns veranistas em redes sociais. ‘Não conseguiria se reproduzir neste ambiente, ainda mais nesse volume. É algo que está totalmente descartado”, disse ele. Atuando na Vigilância em Saúde, órgão da Secretaria da Saúde de Torres, desde 2011 e natural do município, França afirma que o fenômeno intriga as equipes: “Espanta por ter ocorrido em uma quilometragem muito grande, dos Molhes até a Praia Paraíso, segundo relatos. Se fosse em um ponto só, podia ter sido causado por uma lata de lixo, um bicho morto, seria mais pontual. Algo desse volume é novidade. Eu nunca vi na vida. Deve ter ocorrido algum desequilibro, mas ainda precisamos confirmar o que ocorreu”.
Conforme o diretor, como ainda não se sabe qual voador causou a infestação, não é possível afirmar se o contato deles com veranistas causa alguma complicação além da coceira momentânea. Em caso de sintomas incomuns, o recomendado é procurar atendimento médico.
A reportagem procurou as prefeituras de Imbé, Capão da Canoa e Tramandaí, que afirmam não terem registro de infestação no domingo.
Foto: Matheus Menezes / Arquivo Pessoal
Texto: Bruna Viesseri
Fonte: GZH RS
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